quinta-feira, 28 de maio de 2009

SERÁ QUE NESSA NOVELA VOCÊ NÃO QUER SER MEU AMIGO?

Desde que estou solteira e morando sozinha tem acontecido um fenômeno engraçado.

Tenho vários amigos homens. E muitos deles, que durante meus relacionamentos só mantinham contato por e-mail, scraps e conversas à toa no msn, passaram a me ligar e/ou mandar sms.

Alguns enviam/ligam até de madrugada. No meio do jogo do meu time. No domingo à tarde. E quase sempre sem nenhum assunto específico. Teve um que tinha acabado de me dizer que estava de namorada nova. E uma hora depois lá estava um sms de amigo, mas cheio de indiretas. (Tudo bem, esse não está no hall dos amigos, brothers, mesmo…não depois dessa atitude! Será que ele pensou que o fato de eu estar solteira significa estar disponível pro que der e vier? E se eu falar que o cara é famoso, ainda por cima? Piora ou melhora a situação? E se eu falar que a namorada é mais famosa ainda?)

Agora a questão é: eu estou mais aberta ( e livre!) na minha relação com eles? Ou só agora eles sentem vontade e ( e sentem-se à vontade) para manter um contato mais intenso comigo, sabendo que não há mais um terceiro homem entre nós?

Estou muito , mas muito feliz com o ressurgimento e até aparecimento desses amigos.
Só que bem lá no fundo tenho medo que algum deles (tirando o fulano que já entendeu) entenda mal essa minha receptividade. E não queira mais ser meu amigo. E queira ser mais que meu amigo.
E eu só quero ser de mim mesma agora. Porque além de eu ser a minha melhor amiga, sou a melhor companhia que posso e quero ter por enquanto.
Por enquanto.

domingo, 24 de maio de 2009

DICAS PARA CONTINUAR SOLTEIRA



- Vá ao cabeleireiro duas vezes por semana


- Sempre saia de casa com no mínimo: rímel, corretivo, blush e gloss


- Não dispense o salto nem pra ir à feira


- Faça depilação completa (mesmo no inverno)


- Compre uma roupa nova pra cada sábado de balada forte


- Leia todas as dicas de como arrumar um namorado nas revistas femininas


- Nunca deixe a olheira de sheik árabe gritar


- Nunca, em hipótese alguma, deixe o cabelo enrolar. Chapinha sempre!


- Vá à muita balada que só tenha homens lindos e podre de ricos


- Esconda as espinhas que saem no período menstrual

Moral da história:
O cara certo é justamente o cara que vai te achar bonita do jeito que ele mais vai te ver se as coisas derem certo: com a cara lavada, com os defeitos e com a beleza que só a naturalidade pode trazer.
Quando a sua olheira de sheik árabe estiver gritando, o cabelo estiver à la Elba Ramalho e você estiver vestindo aquele jeans que te deixa sem bunda, pode ter certeza que alguém especial está por perto.
No meu caso, nas últimas relações com caras realmente legais eu estava da seguinte maneira quando os conheci:

Cara 1- Com o cabelo molhado, tênis e sem uma gota de corretivo.
Cara 2- Com a testa cheia de espinha
Cara 3- Com cara de sono, às 8:30 da manhã, e roupa velha.

Por isso, como não quero que ninguém especial apareça tão cedo,tenho tomado alguns cuidados básicos como: ir à padaria de salto alto, à academia maquiada e ao supermercado de vestido longo.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

GOLAAAAÇO


As noites de quarta-feira têm (ainda tem acento?) sido mais uma das sessões de terapia que tenho feito sozinha e de graça. E não estou me referindo a nenhum tipo de meditação ou relaxamento. Falo de futebol. Amo assistir futebol. E gosto mais ainda quando assisto sozinha. Nunca tive muitos namorados que fossem tão fã do esporte quanto eu. Então já faz algum tempo que tenho essa prática solitária.

Na última quarta-feira, o meu time do coração, o Internacional, eliminou o Flamengo da Copa do Brasil num jogão. Agora imagina a cena: eu, com uma latinha de cerveja na mão, um pote de salgadinho sabor pimenta mexicana chamado GOLAÇO ( Não aguentei quando vi o pacotinho no supermercado! Pensei: “Só pode ser uma aviso, algum golaço há de sair hoje a noite!”). Quando tive um minuto de conciência feminina a primeira coisa que passou pela minha cabeça foi que eu estava muito perto de virar um homem.

Assistir futebol sozinha só tem uma desvantagem: na hora do gol do seu time. Eu pelo menos, me sinto uma idiota pulando sozinha no meio da sala. Na hora de xingar é legal, mas na comemoração falta um calor humano, alguém pra abraçar bem forte e gritar: É isso aí! Chupa goleiro fdp!

Voltando ao jogo de quarta, quando estava 1X1 e o Inter a 3 minutos de ser eliminado, meu pressentimento se tornou realidade. Aos 42 do segundo tempo veio o GOLAÇO que faltava pro meu time se classificar. Desde as seis da tarde , no supermercado, eu já sabia que isso ia acontecer. Mas mesmo assim roí todas as unhas. E mesmo me sentindo uma idiota, pulei sozinha no meio da sala.





segunda-feira, 18 de maio de 2009

A gente não quer só comida...

Desde que moro sozinha, sozinha mesmo, dei uma relaxada em matéria de alimentação. Dá uma preguiça de picar cebola, alho, sujar panelas, pratos, talheres ,colheres de pau...e no fim só você comer. E o pior, tanto trabalho não compensa se for pra fazer só um pouquinho... Isso significa ter que comer a mesma comida por pelo menos uma semana. Argh!

Quando já estava comendo um strogonoff de frango há 4 dias, descobri através de uma amiga, a oitava maravilha do mundo pra quem vive só.

Chama-se TV Dinner. É um kit de comida que vende no Santa Luzia feito especialmente pra esse público. É tudo uma delícia ( uma mistura de comida de restaurante com comida de vó, sabe?). E as combinações são super bem elaboradas: tem medalhão de mignon com risoto de alho-porró, frango ao molho mostarda...Custam uma média de R$16. Pra mim um prato dá pra duas refeições. Seis minutos no microondas ( agora é micro-ondas,né?) e pronto. E se a preguiça estiver absurda ( como quando eu tirei as fotos) dá pra comer no próprio prato da embalagem.

E o nome não podia ser mais sugestivo: TV Dinner. Eu não consigo sentar na mesa da sala pra jantar sozinha. Só em frente à tv mesmo.

Se ninguém legal te convidou pra jantar essa noite, descongelar um TV Dinner e se jogar no sofá também pode ser divertido...ainda mais se tiver passando um Friends na tv.




quinta-feira, 14 de maio de 2009

SERÁ?

Terça-feira li a minha coluna preferida da Folha, do jornalista português João Pereira Coutinho.

O que queria deixar como reflexão é uma pergunta cuja resposta não paro de tentar encontrar desde então e que tem tudo a ver com o tema do blog:

Será que paz significa ausência da presença humana?

segunda-feira, 11 de maio de 2009

"PATROA"


Essa noite tive um sonho que eu não tirei da cabeça o dia inteiro. Sonhei que eu estava me mudando...saindo da minha casa...indo não sei pra onde nem sei com quem. Não era isso o que importava. Eu estava no meu quarto fazendo as malas quando minha faxineira aparecia. Quando eu olhei pra ela senti um aperto. Nunca mais vou ver a Terezinha! Ela tinha o cesto de roupa suja vazio nas mãos e me perguntava o que faria com aquilo, agora que eu não viveria mais ali.

Foi simples...mas fiquei pensando nos significados...Quem mora sozinho e tem alguém de confiança pra limpar a casa, acaba criando um vínculo estranho com a pessoa. Não sei se é bom ou ruim, mas é estranho.

É bom porque deixo a minha casa nas mãos dela sem me preocupar...e quando volto ela fez muito mais do que eu pedi.

É ruim porque com esse sonho percebi que pra mim seria muito difícil mandá-la embora caso um dia não consiga mais pagar ou tenha que me mudar.

Ela vem às sextas-feiras e sempre comenta que eu sou a sua única "patroa" que vive sozinha e que sou a mais legal.

Será que quando eu estiver casada com três filhos e a casa toda virada do avesso ainda vou ser a patroa preferida da Terezinha?

Talvez sim. Isso não tem a ver com a quantidade de pessoas dentro de casa. Tem a ver com a maneira com que fomos educados a tratar as pessoas que trabalham pra gente.

E no caso da Terezinha, a julgar pelo carinho com que ela faz meu suco de laranja e cuida das minhas plantas, não fiquei tão espantada com o aperto que senti no sonho.

Se fosse verdade, acho que sentiria igual.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

HEXOMEDINE



Morar sozinha é maravilhoso. Mas especificamente em duas situações que vivenciei essa semana outra pessoa debaixo do mesmo teto fez muita falta.

Situação 1: Tenho um vestido lindo. Mas o zíper fica na parte de trás, e vai da cintura até o pescoço. Tentei todas as possibilidades. Puxei com a mão esquerda, com a direita, pus a cabeça pra frente, pra trás, deitei na cama e nada….Não consegui fazer o zíper passar da metade das minhas costas.

Situação 2: Estou doente. Nada dramático, mas passei a noite acordando e colocando hexomedine na garganta, morrendo de frio e com o nariz escorrendo. (Não. Não é a H1N1) Não tinha ninguém pra que eu pudesse reclamar ou pedir uma força. E o pior foi acordar ruim e não ter ninguém pra poder contar sobre a noite mal dormida. Nem pra pedir: me faz um café com leite quentinho com três gotas de adoçante e traz na cama pra mim?

É tão bom poder deixar a casa bagunçada, lavar a louça quando (ou se) tiver vontade, não arrumar a cama, etc. Mas ao mesmo tempo de vez em quando seria bom saber que alguém vai chegar. Mas só de vez em quando mesmo.

E quando e enquanto ninguém chega, levanto da cama tremendo de frio e me esquento na boca do fogão ligado enquanto preparo meu café com leite.

E se melhorar e for sair de casa, um jeans (com zíper na frente) vai ser a melhor opção. Pensando bem, aquele vestido nem é tão lindo assim.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

DON´T COME CLOSER OR I´LL HAVE TO GO

Tem uma música que é que mais tem tocado no meu defasado e pobre Ipod. É conhecida de quem já assistiu o filme Into the Wild ( Na Natureza Selvagem). Chama-se Guaranteed ( algo como “com certeza”).

A música é perfeita pra se ouvir sozinho. É incrível o poder que ela te dá ali, naqueles minutos, de repensar a sua vida inteira.

Escutar essa música tem sido a minha terapia.

E a minha frase preferida é Don´t come closer or I´ll have to go.
Sinto um aperto no estômago quando chega nessa parte.

Não chegue mais perto do que você está porque não sei o que posso fazer, talvez seja melhor assim, senão eu vou ter que ir porque não posso estar na mesma sintonia. Talvez não é nem que não possa, talvez não queira apenas.

Pelo menos por enquanto.

Mas aí, no final da música ela mostra que a gente fica preocupado demais com as consequências de tudo que sentimos e acaba com qualquer teoria ao dizer que “I knew all the rules but the rules did not know me”.

As regras só conhecem elas próprias. Nada mais que isso.

E é bem melhor se surpreender conhecendo as exceções. Guaranteed.


Faça uma terapia sozinho e for free:

http://www.youtube.com/watch?v=O3SxCph5I1Q

sábado, 2 de maio de 2009

Todos querem ser Vik Muniz ( Mas saber e não fazer é não saber)

Ontem fui à exposição do Vik Muniz no Masp. Sempre me interessei pelo trabalho dele desde a primeira vez que li uma entrevista sua na Trip de uns dez anos atrás.
Já havia ido a algumas outras exposições dele -bem menores-, enfim.
Ontem estava com uns amigos e rolaram várias discussões no decorrer do percurso ( com muuuuita fila...)

Primeira delas: o que ele faz é arte original ou uma mera reconstrução de algo já criado?

Segunda: As imagens são manipuladas?

Terceira: Os diamantes são de verdade?

Quarta: Será que qualquer um não seria capaz de colocar um monte de peça de computadores velhos em cima de um desenho do mapamundi?

Minha resposta, como a mais leiga das leigas no quesito artes plásticas: tanto faz.

O que conta é o quanto as obras dele te instigam, te aguçam a curiosidade de descobrir como ele chegou ao resultado final e a mensagem que muitas passam. O quanto a gente despreza as coisas mundanas, que podem sim serem transformadas em obras de arte.

E não me interessa muito que tudo faça sentido. Que tudo tenha uma explicação. Nem que tudo seja original.

Vik Muniz muitas vezes se baseia em obras conhecidas e as recria sobre outra ótica. Isso é fato. Mas e se qualquer um pode fazer uma obra de arte como Vik Muniz, por que ninguém nunca fez?

Saber e não fazer é não saber.

A realidade não existe. O que existe é a percepção da realidade. E aí não importa se os diamantes são verdadeiros ou da 25 de Março.