domingo, 28 de junho de 2009

SERÁ?

Quando a vida da gente está emperrada , será que faz sentido esperar que um encontro, um amor, uma paixão se encarreguem de nos dar um novo rumo?

O amor surge quando está na hora de a gente se transformar ou, então, é por amor que a gente se transforma.

Os encontros acontecem a cada esquina: difícil é enxergá-los e deixar que eles nos transformem, ou seja, difícil é ter coragem de vivê-los.

Se você procura um grande encontro amoroso, sempre use calçados confortáveis, porque nunca se sabe quantos quilômetros se estenderão suas deambulações amorosas.

O diálogo que leva ao amor, que dá a cada um a vontade de se arriscar, não surge da sedução e do charme, mas da coragem de nos apresentarmos por nossas falhas, feridas e perdas.

Essas frases foram retiradas da coluna do Contado Calligaris, na Folha de São Paulo dessa semana. Achei o texto tão bonito que resolvi reescrever acima as partes que mais me tocaram. O amor é mesmo a razão, o porque e o que nos motiva a querer crescer e nos tranformar? Será que sozinhos não somos mesmo tão fortes? Será que o amor que sentimos pela nossa família e amigos não é o suficiente ?

Só o amor nos transforma?

Engraçado, mas justamente agora, que não estou amando ( um homem) sinto que foi quando mais me transformei. E percebo que quanto mais me transformo mais sinto que estou ficando melhor para o próximo relacionamento. Ou seja, será que estou me contradizendo ao pensar que me transformo sozinha para outra pessoa que nem sequer está comigo ainda?

O ato de estar sozinho é o ato de nos lapidarmos para outra pessoa que vai surgir?

terça-feira, 23 de junho de 2009

MANIA DE VOCÊ


Por que será que é tão difícil pra quem mora sozinho dividir o espaço com alguém?

Às vezes penso que jamais consiguirei dividir meu espaço com mais alguém, seja um namorado, marido ou mesmo uma amiga.
Me sinto um pouco invadida quando outra pessoa vem dormir aqui em casa. E é engraçado como na maioria das vezes meus hóspedes quebram as coisas. Uma amiga quebrou um interruptor, outra a descarga e um amigo quebrou duas, duas vezes o chuveiro! Meu apartamento não é nem um pouco novo e algumas coisas, confesso, tem o seu jeitinho, mas daí a destruir todas as coisas de “apertar e abrir” da casa acho que já é um pouco demais!

Por isso, quando ou se me casar, por mais que eu tenha a minha casa ( e ele tenha a dele) vamos precisar de um terceiro lugar para ser de nós dois. Sem as manias da minha e nem as da dele.

Só com as manias que a nossa casa nova criar.


As minhas manias, independente da casa, são:


-Tampa da privada sempre abaixada

-Porta do banheiro sempre fechada

-Luzes de ambientes sem gente apagadas

-Papel acabou, rolo trocado

-Pia sujou de pasta de dentes, pia lavada ( é só passar uma água)


Que me lembre de cabeça são essas.


Será que sou muito chata? Será que estarei fadada a morrer só? Ou melhor, acompanhada apenas das minhas manias e das manias da minha casa?


E isso é ruim?

segunda-feira, 15 de junho de 2009

DOS DIAS DE SOLIDÃO



ATEMÓIA
Amo e odeio e às vezes só gosto
E as vezes gosto de ficar só
Mas na maioria dos dias queria cozinhar pra alguém
Alguém que gostasse da minha comida
E que depois lavasse a louça
(Não precisa secar)
Alguém que tenha providenciado uma sobremesa pronta
Ou que tenha feito uma torta desmanchada
(Que são as mais gostosas)
Se for de limão…
Senão deixa que eu descasco uma fruta
Gosta de atemóia?
Parece fruta do conde mas é mais doce
(Tenho certeza que tem leite moça lá dentro)
Tenho certeza que tem um mundo lá fora
E a gente ia estar aqui dentro,
E o nosso mundo ia ser a louça escorrendo, o incenso queimando, o Ipod tocando
(E todo o resto que importar)
Às vezes falta acúcar
Mas sinto mais falta do sal

quinta-feira, 11 de junho de 2009

MINHA NAMORADA




Já escrevi uns posts atrás sobre a mania que as pessoas tem de associar solterice ao fato de morar sozinho.

E no dia 12 de junho é inevitável não falar do Dia dos Namorados.

O dia perfeito para:

-Companhias de celular bombardearem suas propagandas de compre um celular pra namorada que ela vai ficar ainda mais apaixonada.

-Os restaurantes ficarem lotados e atenderem mal os pombinhos.

-Os motéis, nem se fala.

-Os solteiros se deprimirem por não receber flores, nem cartas de amor, nem um aparelho celular.

Depois de exatos 8 anos me encaixando na turma dos que trocam de celular dia 12 de junho, esse vai ser o primeiro em que vou ter que me contentar com o meu aparelho made in china que só funciona quando quer.
E devo confessar que estou feliz. Porque na verdade estou namorando sim. Estou namorando a vida. E ela tem me reservado belas surpresas! Muito mais belas que qualquer homem poderia imaginar fazer pra mim e por mim.

Ela tem sido companheira incansável, carinhosa,sensível,divertida, nada ciumenta e sinto que todo o investimento que fiz nela ao longo desses 26 anos está sendo recompensado. Pois sei que estamos na mesma sintonia: apaixonadas uma pela outra. Na verdade não sei se deveria falar, mas acho que a gente se ama.

E o melhor dessa relação: não vamos ter que gastar um centavo amanhã. Pensando bem, meu celular Xing Ling tem dois chips e até tv. Pra que mais?

terça-feira, 9 de junho de 2009

ROUCA


Uma das coisas engraçadas de morar sozinha é a voz. Sim a voz.

Eu acordo cedo, nunca depois das 9. Mas se alguém me liga ao meio-dia e eu anda não saí de casa, a primeira pergunta que ouço é: - Tava dormindo?

Não! Não estava dormindo em plena terça-feira meio-dia. Simplesmente moro sozinha e as vezes demoro quase 4 horas para pronunciar a primeira palavra do dia. O que deixa minha voz com jeito de quem acabou de acordar.

Pode ser uma boa eu criar o hábito de começar a falar sozinha para aquecer a voz. Mas aí é muita neura: morar sozinha, falar sozinha...Não, não. É melhor eu continuar com a minha rouquidão matutina e deixar as pessoas pensando que tenho uma vida fácil e/ou desregrada.

sábado, 6 de junho de 2009

Have a nice trip!



Li na revista Vida Simples uma matéria muito legal sobre ser turista na sua própria cidade. Até aí normal.

O diferente foi a experiência solitária que o repórter teve. Ele saiu da casa dele( não lembro que bairro era e esqueci a revista no banheiro do aeroporto) e pegou um táxi rumo a um hotel na Liberdade. Chegou lá e fez o check in (com a recepcionista achando que ele era um freak, já que no local de origem da ficha de informação estava um bairro perto dali.)

Ele foi pro quarto, se instalou e depois desceu para ter um dia de turista sozinho aqui em Sampa. E concentrou-se bem na Liberdade, um bairro cheio de surpresas e japoneses, ou seja, o lugar perfeito pra fotografar sem culpa e sem vergonha. Ele tirou um monte de fotos, descobriu um pub japa só com gente de lá, fez amigos e voltou ao hotel. No dia seguinte tomou aquele café da manhã com direito a ovo mexido e bacon e pegou um táxi de volta ao lar.

Viajar é uma coisa que difiicilmente pensamos em fazer sozinhos, a não ser que seja para nos "curarmos" de alguma coisa ou de alguém. Mas ao mesmo tempo há amizades e descobertas ( até sobre nós próprios) que só conseguimos se estivermos longe daqui apenas com a nossa mochila nas costas. E mais ninguém.

Para quem ainda resta dúvidas se tem ou não coragem de encarar outra cidade ou até outro país sozinho, começar pela sua própria cidade é uma boa uma opção. E pode ser bem divertido.

Have a nice trip!

terça-feira, 2 de junho de 2009

Um dia de domingo


Tenho um hábito que nenhum amigo meu ( nem os mais íntimos) acredita. Vou à missa, sozinha, quase todos os domingos.


Mais uma terapia de graça. Vou à missa das sete e meia da noite. Além de ser uma terapia mental e espiritual, ainda consigo perder uns quilos de tanto que choro. Saio de lá uns dois quilos mais leve.


Quando vou à missa com alguém nunca consigo ficar completamente à vontade. O choro fica engasgado. Bem diferente de quando vou sozinha.


Essa missa que vou é a dos carismáticos, que para quem não sabe, é uma corrente da igreja católica mais, digamos assim , animada. A gente bate palma, balança o folheto com as mãos pro alto e canta. Como canta! E é nas músicas que eu mais choro. A reflexão que eu faço naquela uma hora e quinze não passa de uma análise de como foi a semana que passou e o que espero para os próximos 7 dias.


A questão aqui não é discutir religião muito menos converter alguém. Decidi escrever esse post porque acho que essa sensação é possível de se sentir em qualquer religião. Seja na sinagoga, no templo ou no terreiro. Basta se entregar ao que você acredita.


E sozinho de corpo é mais fácil encontrar Deus de alma.